
Fachada de prédio danificada em bombardeio israelense, em Teerã - (crédito: Atta Kenare/AFP)
As principais instalações nucleares e de enriquecimento de urânio do Irã foram alvos de bombardeios sem precedentes de Israel. Na primeira onda de ataques, na sexta-feira, a central nuclear de Natanz (centro) foi atingida por várias explosões. A ofensiva israelense também matou seis dos principais cientistas nucleares iranianos. Ontem, mísseis caíram sobre as instalações atômicas de Fordow e de Isfahan.
"Mísseis caindo em Tel Aviv e a gente está em um bunker", diz secretário José Eduardo
Irã volta a ser atacado por Israel e sistemas de defesa aérea são ativados
As Forças de Defesa de Israel (IDF) justificaram a operação militar como uma "obrigação". "Dados de inteligência mostram que o Irã está se aproximando de um ponto sem retorno em sua corrida rumo à arma nuclear. O regime está produzindo milhares de qulogramas de urânio enriquecido, juntamente com compostos de enriquecimento descentralizados e fortificados, em locais subterrâneos. Este programa acelerou-se significativamente nos últimos meses", afirma a nota. "O Estado de Israel foi deixado sem escolha. As IDF têm a obrigação de agir em defesa dos civis de Israel e continuarão a fazê-lo."
Especialistas consultados pelo Correio demonstram ceticismo em relação ao impacto dos bombardeios sobre a capacidade do regime iraniano de processar urânio a níveis próximos aos usados para fins militares. Daryl G. Kimball, diretor executivo da Associação para o Controle de Armas (em Washington), afirmou que apenas a diplomacia pode conter o programa nuclear iraniano. "A curto prazo, os ataques israelenses podem atrasar temporariamente a capacidade do Irã de produzir material nuclear de qualidade para bombas, mas não pode 'acabar' com ela", explicou. "Os ataques israelenses ilegais provavelmente levarão o Irã a acelerar e expandir as atividades nucleares. Também poderão levá-lo a se retirar do Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP)."
Kinball fez um apelo aos "Estados responsáveis" para que condenem os ataques de Israel ao Irã e exijam o fim de novas hostilidades, além do retorno de negociações sérias, incluindo o Brasil.

Saiba Mais
Por Rodrigo Craveiro
postado em 14/06/2025 06:00